domingo, 16 de novembro de 2008

Névoa

Atravesso a nado a sala distinta. Dou braçadas enérgicas para chegar à praia da casa, minha cama. Beijo o lençol na superfície da areia e agradeço o acolhimento das quatro paredes desta ilha. Deixo para trás o passado continental, pendurado em calendário de equívocos e sobressalto. Esqueço o tráfico, a bomba, a faca, a gordura, a noite das esquinas e os fios elétricos. Reconheço a verdade da ilha que recebe um corpo cansado e faz de mim o náufrago conciliado, em seu porto desenhado, na volúpia de sombras e frutas.

7 comentários:

Roney Maurício disse...

Névoa?

dansesurlamerde disse...

obrigada pelo comentário.
lindo teu texto, acho que temos sim, uma doçura parecida.
beijo grande.

ana k. disse...

oi, eliana!
gostei do blog!
adorei os escritos, muito bons!

Anônimo disse...

Aaai, lindona.
Várias ilhas por aí.
beijos

Anônimo disse...

Sua escrita suscita imagens inusitadas, incomuns. Parabéns!

Pierre C. Cortes disse...

Nossa!
Muito lindo.
Adorei.

Sr do Vale disse...

Quer lugar mais acolher que nossa cama, depois do colo materno?