eu procuro palavras. espero que você me entenda. houve um tempo que passou sem ruídos. é fácil perder o que ainda lhe pertence. atravessei a rua e você desviou o olhar. eu não sei o que acontece no seu coração. eu pressinto que seus olhos mentem. quando eu demorar para chegar, peça a conta e acelere o carro. nenhum precípicio vai convidar para o banquete. eu procuro palavras e elas me encontram. ainda que seja separação o nosso único vínculo. vai sentir saudades de nunca ter me recebido em sua casa. vai querer alcançar o tempo perdido. vai querer ter sido. vai sorrir conformado porque sabia que era a melhor escolha. eu me perco. eu gosto da estrada. eu gosto do recomeço. eu tenho vários destinos. a metáfora é fraca mas é a melhor explicação. nada há para ser recuperado. o que passou deixou mesmo de existir. a brisa imperceptível quase traduziu este nosso enredo anônimo: leite derramado e amor mal feito, o vento leva com rapidez.
6 comentários:
Um pouco de água nessa fervura:
Os últimos textos, todos, continuam muito belos, facas ou flores...
RM
facas destinadas.
Gosto de leitores hábeis, gosto de leitores.
Não gosto de bom gosto, bom senso e bons modos. Mas isso, quem já disse, foi a Adriana Calcanhoto.
RM
quando eu escrevo aqui, quando eu não consigo escrever aqui, quando eu volto a escrever aqui, quando eu só penso em escrever aqui,
sempre penso em você, aqui.
Ah, flor. Não combina não. E sem nenhuma dor em acreditar nisso.
beijos.
Já eu gosto de bom gosto, de bons modos e, principalmente, de bom senso. Mas gosto ainda mais do que você escreve aqui e de você, mesmo sem escrever nada aqui.
Que fofinho, esse RM
Com uma flor na mão.
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