terça-feira, 2 de setembro de 2008

Fervura

eu procuro palavras. espero que você me entenda. houve um tempo que passou sem ruídos. é fácil perder o que ainda lhe pertence. atravessei a rua e você desviou o olhar. eu não sei o que acontece no seu coração. eu pressinto que seus olhos mentem. quando eu demorar para chegar, peça a conta e acelere o carro. nenhum precípicio vai convidar para o banquete. eu procuro palavras e elas me encontram. ainda que seja separação o nosso único vínculo. vai sentir saudades de nunca ter me recebido em sua casa. vai querer alcançar o tempo perdido. vai querer ter sido. vai sorrir conformado porque sabia que era a melhor escolha. eu me perco. eu gosto da estrada. eu gosto do recomeço. eu tenho vários destinos. a metáfora é fraca mas é a melhor explicação. nada há para ser recuperado. o que passou deixou mesmo de existir. a brisa imperceptível quase traduziu este nosso enredo anônimo: leite derramado e amor mal feito, o vento leva com rapidez.

6 comentários:

Anônimo disse...

Um pouco de água nessa fervura:

Os últimos textos, todos, continuam muito belos, facas ou flores...

Eliana Mara Chiossi disse...

RM

facas destinadas.
Gosto de leitores hábeis, gosto de leitores.
Não gosto de bom gosto, bom senso e bons modos. Mas isso, quem já disse, foi a Adriana Calcanhoto.

Eliana Mara Chiossi disse...

RM


quando eu escrevo aqui, quando eu não consigo escrever aqui, quando eu volto a escrever aqui, quando eu só penso em escrever aqui,
sempre penso em você, aqui.

Anônimo disse...

Ah, flor. Não combina não. E sem nenhuma dor em acreditar nisso.
beijos.

Anônimo disse...

Já eu gosto de bom gosto, de bons modos e, principalmente, de bom senso. Mas gosto ainda mais do que você escreve aqui e de você, mesmo sem escrever nada aqui.

Anônimo disse...

Que fofinho, esse RM
Com uma flor na mão.