segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Endereço desconhecido

Não me impeça de te amar agora
Quando este amor veste roupas impossíveis

Não tenha medo que eu te siga
Quando você vai ao circo com seus filhos


Um amor assim, fora do tempo e impublicável
É o único amor que eu tenho
E te amo tanto, que posso amar sua mulher
E amo também os seus defeitos




Tenha paciência comigo, se me encontrar na rua
Com olhos vidrados, na frente da sua casa
Fazendo desta casa meu brinquedo
Desejo que se exibe na vitrine




Recebe meu amor de criança pobre
De olhos fixos na vitrine da confeitaria
Sem um centavo disponível
Mas dona de dois olhos gulosos.


Deixa eu te amar nos meus sonhos
Deixa eu te amar no cinema
Amo a sua mãe, o seu carro
Sua história, e os seus medos




Recebe meu amor proibido
Amor fora de hora
Amor que não cabe na vigília
Amor que pode dar cadeia.




Mas que é amor perfeito, 
Quando estamos nos meus sonhos.

6 comentários:

Anônimo disse...

Lembrei daquele filme... como era mesmo o nome... com o Michael Douglas e a Glenn Close. Eu, hein! rs

Noslen ed azuos disse...

Oi querida Eliana!

hibernei na caverna da escuridão onde me alimentava da escuridão...acordei num beijo de luz e me alimentei de sua escrita com fome de amor!

beijos
ns

Lidi disse...

Adorei, Eliana. E que imagem linda: a da criança pobre olhando a vitrine com o olhar guloso. Amor proibido, fora de hora, amor perfeito. Lindo! Bjs

Muadiê Maria disse...

adorei.
adorei.

Luiz Brasileiro disse...

Inacreditável. Ainda existem poetisas. É com o sentimento de quem se ver diante do maravilhoso que li seu poema. Durante a vida inteira li poemas de poetas vivos procurando alguém que de fato fizesse poesias e não fosse apenas um aspirante a tentar descobrir se tinha realmente nascido para ser poeta, e aí quando li seus textos/poemas descobri que estas pessoas existem, não estão extintas.

Parabéns.

Beijos. Saudades.

Lelê Amora. disse...

Seu blog não é feio, rs, não mesmo, encontrei aqui textos lindos, daqueles que fazem suspirar, ai ai...