quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Todos somos contadores

Esse retorno ao blog, depois de tanto tempo sem condições de escrever, eu dedico ao Chorik. E ele sabe bem os motivos.
Depois do feminismo e dos movimentos de libertação de todas as minorias, o amor ficou encaixotado. Hoje, para amar, é preciso ter um bloquinho de anotações. Ou talvez uma planilha. Porque lemos Freud, Lacan e Foucault. E sabemos muito bem o que significam certas expressões, alguns trejeitos e os variados tons de voz que usamos para conseguir o que queremos. E o que queremos pode ser uma carona, um anel com diamante, férias no Havaí, casa com piscina, filho adotivo ou café da manhã na cama. Mas somos atualmente tão espertos contadores que fazemos uma tabela de perdas e ganhos e o café na cama saí, se em troca houver uma massagem nos pés, e sem croissant cujos preços são abusivos e é sempre bom levar a dieta em consideração. Não temos mais utopia alguma sobre amor incondicional. Ninguém mais me dará o céu. Ninguém mais vai até a lua colher um fiozinho de água para me tirar a sede. O homem que diz me amar como ninguém me amou diz que morreria por mim, mas antes pergunta o que tem para o jantar.

3 comentários:

Pierre C. Cortes disse...

Olá menina.
Saudades.
Estou corrido e sem net em casa. Por isso farei visitas rápidas.
Lindo pensamento.

Beijo imenso.

Nílson disse...

Bela reflexão. Talvez amássemos mesmo o amor. E o mundo de hoje é intrigante: onde vai dar?

Anônimo disse...

Bem queria ter a palavra certa para te dizer. Na ausência da inspiração, deixo-te apenas a intenção da ajuda, ainda que esta não te sirva para muita coisa.
Entender, nesse caso, se resume a ouvir. Conte sempre comigo.