segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Casamento

Tirou os sapatos e seguiu a estrada sem ruídos. Canção breve, nova alegria destacada. Nem sal nem estátuas, o passado esgarçado e diluído. Seguia o vôo impreciso dos insetos. Nenhuma máquina de marcar o tempo. Pés confiantes. Sempre o norte, sempre o horizonte. Sentiu falta de uma lembrança. Aguçou os sentidos para algum aroma conhecido. Nada semelhante. Tudo cercado pela novidade. A notícia veloz, acelerada. A pele exigindo as carícias do vento. Os pensamentos em roda, a roda das infâncias. Duas crianças na sombra. Brinquedos espalhados. Ventos. Louças quebradas. Alegria. E o amor. Residente silencioso da casa que vai surgir, tijolos endurecendo, sol da aliança.

2 comentários:

ana k. disse...

bonito!

Eliana Mara Chiossi disse...

Bonito é você ser a primeira, e eu te dizer que pensei nas nossas conversas quando escrevi.
Beijos