quarta-feira, 27 de maio de 2009

Bandeira

Eu sou amor agora, e depois. Antes que o dia amanheça, fervilhando notícias que se repetem. Eu sou agora o amor de ontem. Pão amanhecido, sem frescor, pão recuperável sob algum calor novo. Sentimento esfarelado, polvilhando a superfície sem graça da paixão, de sintomas repetitivos, mesma doença e o mesmo estertor. Eu sou amor amanhã quando não quiser levantar. Apegada a meu pijama e ao sonho bom, no qual seu corpo aquecia o meu, proteção garantida contra a chuva e o frio que imperavam. Eu sou amor, diariamente, vagando pelas esquinas imaginadas, esquinas que me roubam a alma e o vestido. Eu sou o amor da puta que você espancou ontem. Eu sou o amor da viúva, e de seu pranto cansativo. Eu sou o amor das flores abandonadas no final da feira. Eu sou as flores abandonadas no final da feira. Flores esplêndidas, flores enterradas enquanto ainda respiram viagens e sonhos.

6 comentários:

A garota do copo d'gua disse...

bandeira é perfeito, não é mesmo?!
esse texto é lindo...

só o amor é a causa
=*

orlando pinho disse...

lembrei-me da música do morais e galvão (" eu sou, eu sou amor/ da cabeça aos pés") com gal. sei, aí o amor não se despetala. mas, a canção me veio ao ler o texto.
outra acaba de me ocorrer, de djavan:
"ah o amor/ a tortura está por um triz ..."

belo texto!
salve!

Anônimo disse...

Caramba,

Como você descobriu que espanquei uma puta ontem?

bjos.

Mr. Almost disse...

Eliana,

Você não é nada disso, você é somente as flores esplêndidas, respirando viagens e sonhos.

Beijos!

Anônimo disse...

Infelizmente,

Sou obrigado a concordar com o Sr. Quase.

bjos.

Mr. Almost disse...

Beijo.