Eu sou amor agora, e depois. Antes que o dia amanheça, fervilhando notícias que se repetem. Eu sou agora o amor de ontem. Pão amanhecido, sem frescor, pão recuperável sob algum calor novo. Sentimento esfarelado, polvilhando a superfície sem graça da paixão, de sintomas repetitivos, mesma doença e o mesmo estertor. Eu sou amor amanhã quando não quiser levantar. Apegada a meu pijama e ao sonho bom, no qual seu corpo aquecia o meu, proteção garantida contra a chuva e o frio que imperavam. Eu sou amor, diariamente, vagando pelas esquinas imaginadas, esquinas que me roubam a alma e o vestido. Eu sou o amor da puta que você espancou ontem. Eu sou o amor da viúva, e de seu pranto cansativo. Eu sou o amor das flores abandonadas no final da feira. Eu sou as flores abandonadas no final da feira. Flores esplêndidas, flores enterradas enquanto ainda respiram viagens e sonhos.
6 comentários:
bandeira é perfeito, não é mesmo?!
esse texto é lindo...
só o amor é a causa
=*
lembrei-me da música do morais e galvão (" eu sou, eu sou amor/ da cabeça aos pés") com gal. sei, aí o amor não se despetala. mas, a canção me veio ao ler o texto.
outra acaba de me ocorrer, de djavan:
"ah o amor/ a tortura está por um triz ..."
belo texto!
salve!
Caramba,
Como você descobriu que espanquei uma puta ontem?
bjos.
Eliana,
Você não é nada disso, você é somente as flores esplêndidas, respirando viagens e sonhos.
Beijos!
Infelizmente,
Sou obrigado a concordar com o Sr. Quase.
bjos.
Beijo.
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