domingo, 2 de novembro de 2008

Urna

Para Roney, porque entre uma conversa e outra, você sempre me inspira



Os homens guardam os corpos mortos num quadrado de tristezas. Deixam confinados em túmulos, mausoléus ou caixas, a variedade e a rota dos encontros. Os homens enquadram e enterram, sobre pedras monótonas, toda e qualquer esplêndida vida, depois que se acalmou e não respira mais. O passado das folhas é apenas o modo descuidado como elas guardam o infinito. Destacadas das árvores, supostamente fora da vida, as folhas descansam esparramadas sobre o solo. Mas este descanso é, na verdade, a sua dança permanente. Expostas ao vento, dispostas aos gestos novos do futuro, as folhas caem e sobem aos céus, todos os dias.

2 comentários:

Roney Maurício disse...

Elianinha,
agradeço muito a dedicatória.

E se o besteirol que falo ajuda a inspirar textos lindos como este; disponha! Sempre!

Anônimo disse...

Guardam o infinito em todas as estações.
linda