sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Nada

Pela manhã, o deserto me visita. Expõe a horizontalidade sutil. Finjo que estou surda e agito os braços. Ao longe, a semelhança diz que sou cigana. O deserto revira minhas gavetas. Expõe para o público da rua todos os meus nomes antigos. Leiloa cenas descartadas. O deserto me visita pela manhã e expõe meu medo de avião. É manhã na casa alheia, o deserto me visita e embala meu corpo em dança descontínua. Apresenta as tempestades de areia e garante que oásis são feitos de papel.

5 comentários:

Professora Wanessa Guima disse...

Manhã, eterna inauguração. O nada, o deserto, o só, a solidão... lembranças...
Também passando com calma e igualmente gostando do que até agora li.
Abraços!!!

Verbo Feminino disse...

Ei minha linda. Gosto demais de seus quase hai kais...

Beijão!

Graça Pires disse...

Um deserto com oásis de palavras.
Um beijo.

Anônimo disse...

Oáses são feitos de palavras suas.

Muadiê Maria disse...

Muito bom. O deserto é foda.