domingo, 3 de agosto de 2008

A viagem de Lídia - parte 7

Depois de um certo tempo, ela descobriu modos mais eficazes de fazer o dinheiro trabalhar a seu favor. Compra produtos que nem sempre estão à venda. Depois do trabalho sexual bem executado, havia calma e cansaço no seu corpo. Indicou ao massoterapeuta que diminuísse o nível do ar-condicionado, desligasse o aparelho de som e fechasse a porta sem fazer barulho. Deixou o celular na função de despertar. Conforme acertou previamente, após a massagem, usaria a mesma sala para dormir. A respiração já se restabelecia. Difícil controlar os gemidos, mas o fato de estar localizada acima do salão de beleza, garantia alguma privacidade. Lídia fez o ritual de higiene e tomou certas precauções após o coito. Aprendeu a usar métodos mais eficazes de segurança. Foi difícil ouvir, pela primeira vez, da parte de sua ginecologista, que lhe daria orientação como se o fizesse para uma garota de programa. Se Lídia estava de fato vivendo tantas experiências sexuais e com homens variados, era preciso admitir que agia como profissional do sexo, mesmo sem receber qualquer pagamento por isso. Neste dia, Lídia teve senso de humor para retrucar: Há homens que fazem questão de pagar. E compram objetos muito caros para me agradecer. Lídia buscou naquela médica algo difícil de achar: pouco moralismo e inveja sob controle. E por isso, hoje eram amigas. Lídia teria duas horas de sono, até fazer o check-in. Antes de começar a dormir, o pensamento trouxe a figura de Nelson. Não saberia dizer por onde começava esta lembrança. A imagem do rosto marcante e o sorriso malicioso. Os olhos que a despiam, as mãos quase elétricas. E além de tudo que pudesse recordar, havia a técnica imbatível: Nelson, ao beijá-la, a desmontava. O corpo de Lídia perdia todo o controle, deixava de ter vértebras, amolecia. Quando Nelson a abraçava, Lídia era uma mulher rendida. E os beijos a tornavam uma pessoa sem vontade.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nelson, Nelson...
Caramba, baianinha! Eu conheço um certo Nelson... Não seria... ah não! Seria?
No puedo creer... o "N" do blog da Amelequinha! Acertei?

(rssssssssssss)

Anônimo disse...

Lidia, muito bem organizada.
Beijooos, florr