sábado, 2 de agosto de 2008

Fuso horário

Desperta o sol estrangeiro. Meu corpo diz que ainda é cedo e no entanto a cidade já está em andamento. Dentro da casa, cômodos vazios e um gato excessivo. Não há trabalho a minha espera, nem crianças, nem doentes. Outro vôo me aguarda e hoje passa a ser a véspera de outro ciclo. Saio do continente, chego numa ilha que desconheço. Lá, dormirei numa cama que desconheço. E terei outro sol para me confundir e espalhar. Viajar acende a solidão. Viajar oferta outras medidas. De longe, algumas pessoas diminuem de tamanho. De longe, algumas pessoas me fazem falta e outras pessoas são descartáveis. Esta cidade pequena, quase esquecida no mapa do mundo, tem silêncios demais. Meu coração sente saudades do que conhece.

Um comentário:

Anônimo disse...

Li!!!!
Desejo que Portugal, com seu Tejo e seu grande poeta, consigam alimentar a sua alma com tudo que ela necessite, e que você possa voltar cheia de novas experiências e de histórias pra contar, e com muitos sentimentos pra incorporar à poesia do nosso cotidiano!!!
"A poesia quando chega" sente falta de você...
Bjos!