Nós dois nos encontramos na feira. Vendedores gritando, apregoando seus produtos: amores vãos, amizades rápidas, paixões platônicas, amores impossíveis, amores risíveis, traições bem contadas, histórias de amor inesquecíveis. Você chegou e trazia olhos infantis, buscando novidades. Eu soltava suspiros de tédio e embalava uma desilusão detalhada. Demos os braços e saímos para um passeio. Fingimos um piquenique. Sentados sobre a grama macia, fizemos confidências desde a infância. Vi o seu álbum de fotografias e mostrei os cachos de cabelos do meu primeiro filho. Trocamos as lembrancas, comparamos dores, rimos do nosso ridículo. Chegou, de repente, um vendedor feroz. Ofereceu, por um preço módico, uma história mágica. O traslado gratuito para o porto, onde nos espera um barco, de velas brancas. E um tapete sem fim, de águas futuras.
3 comentários:
Compramos!! E até hoje estamos perdidos...
Eliana,
O gostoso desta estória (além de tudo nela) é ir a feira...mas quem vai a feira não perde a cadeira?
Não precisa responder...beautiful text! I enjoyed reading it!
Kisses
Beth
E?
Por favor, me diga que a história continua.
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