sábado, 24 de maio de 2008

Carnaval com chuva

Nos olhos de Jesus e seus cristais
O pecado é uma fonte aborrecida
Há um promontório vagando no jardim nublado
Que oferece um dedal
E o violino estéril
A luz rege as rochas, a gritos
E as outras rosas, de sombra e cinzas,
Que emudecendo a alba,
Vão seguindo trágicas.

Na varanda onde seu corpo se ilumina
De estrelas azuis, imediatas,
Agitam os sonhos, no florescer do marco,
Mariposas que passeiam em ondas,
Razão de haver torres aprendizes e vazias.


Entre as nuvens, canto, mas só melancolias,
O sorriso claro no verso inquieto
Atormenta espigas sem destino.


Nas asas de sangue, chamas e odores
Teu vôo se faz nos giros de uma dança
Da casa insone que leva o pensamento
Até ao mar de madrugadas e anedotas líricas
Eu vi brilhar a tarde e as crianças
Em coro
Incapazes de avançar, pelos caminhos de coral.

Ao alcance da álgebra, nos montes verdes,
Desenhados de artifício e ouro,
O criador boceja e encharca o eco de antigas eras

E neste estado, grosseiro, de réplica e águas turvas,
Só me resta ouvir a conversa dos ciganos

5 comentários:

Anônimo disse...

Ciganos são sábios?

Anônimo disse...

Que silêncio!!! Preciso ouvir palavras e sentir presenças.
Beijos, flor

Roney Maurício disse...

Não se engane, Celine.

Como diz a autora do blog, deve tratar-se de um "falso enigma", afinal "nenhum silêncio está calado".

Patty Diphusa disse...

Oie, andei meio fora. mas vim aqui me alimentar um pouco.


bjs

Anônimo disse...

Ok, Roney. :)
Realmente, "nenhum silêncio está calado".
Preciso aprender a ouvir silencio tbm.