quarta-feira, 12 de março de 2008
Quase
Antes de dormir, andei pelo mundo e me espantei. As flores eram todas redondas e azuis. Havia folhas suspensas acima de mim, que me seguiam a cada passo. Folhas de papel rabiscadas se espalhavam pelas calçadas. Os carros circulavam a dez quilômetros por hora. Nenhum avião ou coisa que voasse. Muitas pessoas chegando nas lojas, e devolvendo milhares de pacotes. Nas latas de lixo, pilhas imensas de telefones móveis. Era um tempo de acampar e aguardar a seqüência de lua, estrelas, sol deixando o posto até que outra luz, de cor indefinida, quase azul, quase verde, espalhou-se ao redor de tudo. E junto com ela, uma chuva generosa, diluindo gentilmente os medos e as covardias.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
No meu planeta a luz é de cor indefinida, quase azul, quase verde, exactamente como você descreveu. Você também é extraterreste, Eliana?
Querido,
que bom esta sintonia.
Eu me vejo cada dia mais extra-terrestre. Acho que extra quase tudo. Pensava que a sensação de não pertencer fosse passar, mas acordo, olho tudo em volta e lá estãos os olhões, as anteninhas bobas e a pele verde.
Bjs
"E junto com ela, uma chuva generosa, diluindo gentilmente os medos e as covardias."
Ai que sonho... adorei isso!
Senhorita Rosa,
tenho uma crença na chuva como higiene, fábrica de pureza.
Grata pela tua visita.
abraços.
Postar um comentário