quinta-feira, 13 de março de 2008

Dramaturgia

ELA= lá no cerne, ela, vendo-se através da sutileza de um espelho ao acaso.
Ela, algo ressentida porque ELE não diz claramente mas por inferências, que ELA, super afiada na metodologia de inferir, ELA finge não precisar dele, programa vinganças pessoais de desprezo e afetada distância. Busca por um verbo e o encontra e ele, o verbo, a encontra nua em pelo, na sua maldade reativa E o verbo é ESPICAÇAR... E como pode um verbo dizer tanto, feito denúncia íntima, colocando-a, no meio de uma multidão ávida, ELA, exposta.
ELA, que nem ao menos para o terapeuta consegue assumir que sempre temeu a descoberta de seus “defeitos de fábrica”, ELA, então, faz caras e bocas e ares cosmopolitas de mulher desprendida, que não precisa dele, que finge tanto, finge até acreditar que ELE possa falar, sem lhe causar danos, ELE pode falar à exaustão, de LÙCIA, a outra, a que veio com ele escondida na bagagem, a outra que ele finge não desejar e quando fala dela é dando ares de homem cosmopolita e desprendido, e ELE finge até acreditar, enquanto ele finge, fala obsessivamente o nome LÚCIA, o centro irradiador de todo o passado e futuro dele, ELE, enquanto peça que ama.

2 comentários:

Anônimo disse...

Rsss... Impressão sua, honey. Ele é só ele, como o tempo intemporal.

Beijo.

Roney Maurício disse...

Alguém me chamou?

Ah, foi você Almost? Pô, sai fora, portuga! Eu heim?

Espaçosa essa Lúcia, não?