domingo, 30 de março de 2008
Flecha
O frio chegou até aqui. E a rajada do vento me fez cobrir o rosto. Não será a última vez que ficarei em frente ao cinema, segundos após o início do filme, sem saber se entro na sala de projeção ou se volto para casa. Não saio do lugar em que estou. Nada me faz avançar. Nada me faz retroceder. Não adianta arrumar a mesa para quem não vai chegar. Pouco importa perfumar a sala e comprar as melhores frutas. Não é preciso encomendar o melhor pão. Tudo estará ofertado, na bandeja, e ameaçado pelo desaparecimento. Nenhuma notícia. Nenhuma palavra. O pão e o vinho, minha canção e minha dança, espalhados na feira das inutilidades. E lá fora, resta uma chave sob o tapete.
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5 comentários:
Oi Eliana, obrigada pelo comentário no "Bricolagem High Tech". Interessante o tema do seu trabalho, estou com uns projetos de blogs coletivos em vista, então o tema me interessa. Que dia será a sua apresentação? Boa sorte ;)
OI, Suzana, minha apresentação é na quinta-feira.
E a sua?
Podemos tentar nos encontrar por lá e trocar idéias.
Qualquer dúvida, podemos nos falar por email: eliana.mara@gmail.com
Eliana, como vc traduz tão bem um sentimento que eu e muitas outras vivemos tantas vezes na porta do cinema, do teatro, de casa, qualquer lugar. O mesmo vazio. A chave debaixo do tapete é de uma tristeza...
Vc é demais.
Bjs
Textos leves e sucintos,escrita resumida em grande potencialidade.Respira bem o comportamento poético da coisa...Gosto da maneira como traça as linhas.Da maneira como enfoca o ambiente...Da maneira como encara a transitoriedade da vida...
Menina! Andou traduzindo toda mulherada da confraria é??? rs
Arrasou!!! (como sempre)
bjs
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