sábado, 22 de março de 2008

Duzentas

Aos ilustres amigos-leitores:

Não acredito muito no simbolismo de numerações arredondadas. Mas talvez pelo espírito de sábado de aleluias, me tocou o fato de ter postado a ducentésima. O que isso significa? Talvez apenas seja a soma de textos que publiquei neste espaço. Aproveito esta atmosfera diversa para agradecer aos leitores, que são também amigos, cuja presença estimula e provoca. Este talvez não seja tipicamente um blog. Muitas vezes tenho vontade de brincar um pouco, de comentar matérias da minha vida, de partilhar meus estados de humor, de partilhar leituras e gostos. Mas a decisão inicial se mantém. Não tenho espírito pronto para um blog interativo, ainda. Vou aprendendo muito com os blogues: Incompletudes, Lost By Translation, O Fabuloso Agente Mr. Almost, e com Rm, que não tem blogue mas é como se tivesse. Há outros blogues, como o Noussnouss, da Alice Bernardo e o Troblogdita, de Nuno Ribeiro, que me ensinam. E por enquanto, me ensinam que ainda não estou pronta para ter um blog no sentido mais estrito da palavra. Se é que existe isso!
Este Mundo é um espaço de experimentação e mantenho uma regra estabelecida desde o início: a maioria das postagens é feita com a técnica de escrita automática. Não faço correções e posto assim que escrevo, e escrevo quando me sinto provocada, quando surge um insight ou uma epifania ou quando me sinto muito comovida por fatos pessoais e eventos afetivos.
Penso em abrir, periodicamente, espaço para falar do meu processo de escrita e dos processos de escrita de grandes escritores. Entender-me como escritora é uma faca de gumes contrários: o primeiro, cálido, que me energiza diz que sem escrever não posso viver. O segundo, de gume traiçoeiro, me joga entre as águas da modéstia e da vaidade. Não sendo conflito novo, talvez por vivê-lo, eu já possa me considerar mesmo escritora. E acreditem, isso é um misto de maldição e benção.
Que todos ressuscitem aquilo que em si precisa viver de novo.
Abraço fraternal e gratidão pela companhia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não li as duzentas, mas tenho certeza de que são lindas como essa duzentésima.

Isto não é um blog, claro que não. E que importância isto tem?

Anônimo disse...

Eliana,

Você, sim, é companhia. Thanks.