quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Folhas

Eis o dia novo, enfileirado na seqüência que me pertence. Calculando o dia da morte, data que ainda não conheço, este dia pode ser bom ou véspera de dor. Então, será boa medida viver as horas, pedaço de tempo distinto e mais negociável. Acordo e de novo é hora de ter medo. E um medo assim pode invadir a linha toda que é minha passagem pelo mundo. Fujo das proposições sentimentais e rasas, dos livros que vendem socorro a varejo. Não posso viver o instante. O instante não cabe nem na minha mão, pequena. Tenho sangue quente e, por um triz, devoro três instantes como se fossem um só, talvez apenas num grito. O tempo, assim, partido, é antes de tudo, meu inimigo. E sorri, freqüentemente, a cada esquina em que respiro.

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