quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

desastre

Os caminhos do amor, quando postos em planta baixa, são visíveis linhas desencontradas. Uma equação matemática desconjuntada, capenga. Para mim, que freqüento o amor, não há a graça da surpresa. De tanto ver os acontecimentos, semelho a adivinhas e prevejo a tempestada que vai levar o pequeno barco para longes. Do alto, vejo o barquinho infame, sem defesas. Tão vaidoso de si mesmo, cheio de intenções. Julgando que algo em si é inaugural. As histórias todas, de amor, encontram suas matrizes neste céu desparatado. O amor é o mesmo. Irregular e mal humorado. Não dá informações ao estrangeiro, quer que se danem as mães e os suicidas. O amor é uma lição nos meus cadernos surrados. Os mesmos que minha mãe queimava, na frente dos vizinhos. Para dar o exemplo e para endurecer minha alma. Minha mãe era uma mulher amorosa, e muito cansada.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não conheço nada mais sincero nem importante nem fundamental nem verdadeiro que experiências de amor grafadas em cadernos surrados.
Geraldo
http://sobretudodelona.wordpress.com