Quatro paredes não salvam.
Um céu sobre a cabeça,
o solo aos seus pés
e a garantia de uma semana com sete dias,
exatamente.
O calendário não salva.
As datas de nascimento,
Os planos para o futuro,
o cheque depositado
e uma promessa de descanso,
nos domingos.
O amor não salva.
Filmes românticos na memória,
lençóis limpos e água fresca,
dádiva ensaiada
e depois gritos que dispersam todos os planos.
Só a morte salva.
A morte com sua limpeza,
a morte com seu silêncio,
sua fala apaziguada,
afinal, o fim definitivo
das dores, das surpresas, do cansaço,
dos milagres.
A morte salva. E regenera.
3 comentários:
se eu pudesse teria escrito esse poema hoje
forte isso. mas preciso. é quando o poema vem e nos bate na cara. excelente!
tem concurso rolando lá no um-sentir, eliana. confere e participa =D
beijos!
Excelente, E. Um eco banderiano na penúltima estrofe.
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