O sonho é a história
ao contrário
Registro sutil e intocado
de regiões desconhecidas
terras nunca registradas nos mapas.
O sonho é a soma
de todas as viagens inventadas
e além disso.
Porque nem toda matéria
ali frutificada
tem existência na memória diurna.
No sonho incorporo
o amor perdido
o amor desenhado com nanquim
o amor bordado nas toalhas extensas e desmedidas
No sonho realizo
a fantasia dissidente
a orgia permitida
e encontro o êxtase de mil faces.
No sonho, pertenço aos homens
que não existem
e me entrego aos homens
que me possuem.
No sonho, os legisladores
em estado letárgico
não lembram
e não esperam.
Um comentário:
Quantas vezes somos mais verdadeiros nos sonhos?
Adorei o poema, a última estrofe. Matou a pau.
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