sexta-feira, 21 de maio de 2010

Damário da Cruz, em outros vôos!





Quis fechar o blog. Quis abrir outro blog. Quis não abrir blog nenhum. Depois, talvez como a maioria dos que mantêm um blog, quis voltar. E hoje, morreu um poeta, o Damário da Cruz. Que perde, o mundo, quando morre alguém que, como ele, trazia beleza para a vida?
Não sei dizer.
Prefiro quando o mundo tem mais belezas.
Acho melhor quando estamos mais dispostos a isso.
Nem sempre é fácil.
Nem sempre é simples.
Um poeta como ele morre. E passa a viver com toda a força na beleza que inaugurou em cada verso.



Estes versos, de um de seus poemas mais conhecidos:


Todo risco
(Damário da Cruz)

A possibilidade de arriscar
É que nos faz homens
Vôo perfeito
no espaço que criamos
Ninguém decide
sobre os passos que evitamos
Certeza
de que não somos pássaros
e que voamos
Tristeza
de que não vamos
por medo dos caminhos




Imagem e texto alusivo a esta postagem aqui.

5 comentários:

Fabrício Brandão disse...

Eliana,

Lamentável a perda do Damário, poeta que soube nos arrebatar com signos coerentes, a exemplo do poema que você destacou agora. Os versos "vencem" o homem porque são imortais, penso.

Quanto ao blog, permaneça. É bom ficar sem viver o peso das vãs expectativas que freneticamente são apregoadas pelo mundo eletrônico. No momento que menos esperamos uma nova face surge.

Beijos!

Luna Freire disse...

Que bom que vc voltou ao blog. Dia desses tentei acessá-lo. Recebi um recado terrível: eu não tinha sido convidada para entrar. Procurei as senhas, o bilhete, o convite... não tinha. Voltar a vir aqui hoje foi um bálsamo: eu não tinha sido excluída da lista. Apenas fora à festa na data errada.

Leti Montenegro disse...

Há espaços que gostaria de encontrar sempre de portas abertas!Como um cristão procura por uma igreja quando sente-se perdido,a vagar pelas terras insólitas de sua própria alma, eu procuro a palavra.A palavra é meu bálsamo também!
A coragem de tornar público o que se escreve é para poucos, e de escrever com esta delicadeza, fazendo reverberar pelos corações alheios é pra um grupo ainda menor.
Espero que estas portas estejam sempre abertas!

Mauro disse...

Quando vi a imagem e o texto, abaixo, lembrei de "Fernão Capelo Gaivota". Sim, eu li! Em uma viagem de ônibus à São Paulo com a banda do colégio. Que o vôo seja interminável.

Gerana Damulakis disse...

Perdemos o poeta e perdemos uma pessoa muito legal.