quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Parede

Olhou ao redor do quarto. As sombras se moviam pela parede. O quadro estava torto, novamente, e isso o irritava. Coisas espalhadas pelo chão. Memória empastada, massa intragável. A boca seca. Nenhuma força para atravessar a sala e pegar água na cozinha. No meio do caminho, encontraria a família. A conversa ruidosa o despertou. A voz estridente da prima odiosa aumentava sua náusea. Cabeça estalando, bum, bum, bum, bum. O quadro torto. Não pode evitar. Desperdiçou a única bala disponível e atirou no quadro irritante.

3 comentários:

Marcelo Nascimento disse...

Adorei, queria ter nesse exato momento uma bala, pois meu quadro torto já exite, ah uma bala.
e aquele quadro iria ver o que ficar torto.
abraços!!!

Lidi disse...

Nossa, Eliana. A-D-O-R-E-I. Muito bom, mesmo! Sem comentários. Parabéns!

Celine disse...

Quadro Irritante. Há quem incline a cabeça.