quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Telhado

Diariamente, o prédio é maior do que eu. As horas passeiam pelos relógios e ainda assim, o prédio é mais alto do que eu. O toque de um sino ilusório interrompe a linha hospitaleira das horas, que em conjunto, no trabalho de hipnose, as mesmas de sempre, passeiam sobre os relógios. E se infiltram também, dentro da maquinaria dos relógios, sinuosas, frequentes, insistindo a cada gesto, regulares. Subo no ponto mais alto do prédio, grito ao chão e ao céu que são as medidas do passado. Levo comigo a guerra das horas que se perdem, agora e em mim, diariamente.

5 comentários:

Andréia M. G. disse...

Passei um tempinho sem vir aqui e já estava com saudade de ler suas "narrativas poéticas". Como sempre, leituras muito prazerosas. :-)

Noslen ed azuos disse...

Vim e sempre venho passear por suas intenções, gostei desta por não se tratar de romance de novela, ta mais para uma trama de desenho amimado surrealista como os relógios de Dali que me faz muito bem as sextas-feiras...

bjs
ns

Anônimo disse...

Oi Eliana, sempre bom te ler. Eu já fui mais amigo do tempo, no tempo em que os relógios serviam para alguma coisa.

Gerana Damulakis disse...

Um prazer: passar por aqui e encontrar você nos textos.

Muadiê Maria disse...

oi, Eliana, já chegou?
pode crer que fui naquele dia ao shopping para encontrar vc. Eu estava querendo falar com vc sofre a oficina e estava indo para São Lázaro, escutar a defesa de meu marido(mestrado) e no meio do caminho ele me avisou q tinha sido transferida para de tarde.
Parei ali com minha filha pra comprar peixe pro aquário e para encontrar vc.
Beijo,
Martha