No circuito perecível, águas sobem e descem. Certos dias, de humor alterado, águas exibem entidades furiosas. Falam línguas desconhecidas, enrolam a língua, olhos semicerrados, boca torta, grunhidos. Águas sem elegância, águas em sua descompostura. E criam as enchentes. Enchente é uma coisa feita para matar. Enchente é uma coisa feita para levar a memória fraca, construções apressadas e desvarios. Enchentes são vozes de deuses. Sempre repetindo a mesma frase. E homens e mulheres, junto com seus cacarecos e cachorros, descem as ladeiras do esquecimento.
8 comentários:
Li, amei!!! Me inspirei no seu e consegui escrever um bem bonitinho no meu Blog também!!! A chuva. Dá uma olhadinha. Beijos
Cá estou matinal me suprindo de desenvoltura cultural para ter lirismo ao longo do dia, suas palavras bate de frente e depois ri da existência; só me sinto mal a pensar que o tempo me rouba uma interação mais concreta com esta artista que vê poesia em tudo.
Bjs
ns
hola E liana Mara,lindo tu texto,caotico pero lindo, la relidad te marca, las comparaciones son validas
pablo
los de 140 son flechas directas al hipotalamo
pablo
Estava passando por aqui e decidi fazer uma visita, para deixar um beijo saudoso e dizer que o blog está lindo. Faço minha inscrição como seu leitor. Deixo também endereço do blog de minha amiga Luciana Gama/Shlomit Or, que deixou a chapada baiana para viver em Jerusalém escrevendo sobre pássaros.
http://acusticojerusalem.blogspot.com/
Já votei!!!!
"Previsão de maus tempos"
Só tem acontecido isso.
Quem não desce a ladeira também esquece.
Moro numa cidade com um solo = gelatina.
Após uma grande enchente em 1988, chamaram técnicos de solo japoneses, fizeram trabalhos, donde concluiu se que para segurar encostas haveria que se plantar bambu.
Até hoje nada de bambu.
Nem governo municipal nem povo .
Bambu no esquecimento, todo mundo crê demais na sorte - que tem 2 lados.
Obrigada.
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