Sou eu, à deriva, quase rosa, quase morte, quase insone. Eu, minúscula e sem vértebras neste mar longínguo e apressado. Solta, finalmente, de todo desejo e espera. Alheia ao futuro que o mar presencia. Que venha tempestade, ventos, naufrágios, embarcações e delírios. Sou eu, perdendo endereços e bagagens. Sou eu, agora entregue a uma dança que não escolhi, destas águas impulsivas. E assim, me liberto finalmente da tua cegueira. Do teu olhar que não sabe que existo, à sombra regular dos teus gestos, da tua ira tão delicada. Assim, quase um objeto sem retorno, na boca imensa que é o mar azul e violento, busco outra margem, onde sendo quase nada, eu então esteja pronta para perder nosso amor sem frutos.
Texto feito a partir de fotografia de Ricardo Prado, que ainda não autorizou a publicação. (Notícia nova: recebi autorização hoje, para escrever a partir de todas as fotos dele. Então, aguardem!)
Texto feito a partir de fotografia de Ricardo Prado, que ainda não autorizou a publicação. (Notícia nova: recebi autorização hoje, para escrever a partir de todas as fotos dele. Então, aguardem!)
2 comentários:
adorei o título.
'Eliana esta feriu com espinhos', sei que um dia eu verei vc declamar esta poesia, pra gente rir e rir de morrer, e aqui to eu novamente querendo morrer de rir rsrsrs.
bjin
ns
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