quarta-feira, 29 de abril de 2009

Neve

Então é isso, o humor dos ventos. Vida própria dos ventos. No meu estado de folha, conciliação prévia, antes das estradas. Quando estou ácida, sou salva pelo que evapora. Se me apedrejam, grito, e o vento se cala. A construção do cristal, lugar fixo para as dores e desilusões, faz cintilar uma verdade para a vida, que só serve no minuto do brilho: distrações. É certo que a última coisa que morre é a dança do vento. Quando tudo cessar, virá o último vento, convocado. E bailará sobre todas as impressões de permanência. E o que será feito desta última aparição de tudo. Apenas ar , quase parado. Apenas a sensação de que a atmosfera tem peso. Puro silêncio. Silêncio impossível.

7 comentários:

Anônimo disse...

você é muito linda pra ficar de mau humor! Venha, vamos andar pela colina e colher cogumelos...

O Pior Homem do Mundo disse...

Texto lindo, sobre os ventos e as calmarias. Só não entendi: Por quê o título "Neve"?...

Beijos.

Anônimo disse...

Como se "Só não entendi:..." fosse algo novo na sua triste e solitária vidinha, pior besta do mundo!

A garota do copo d'gua disse...

seria fria, insensivel e impenetravel!?

espero que o sol volte logo pra sua vida e você possa se derreter.. :]

belo texto!
beijos amelisticos

Anônimo disse...

O ar em movimento é como eu. Não tem vontade própria para se locomover. É joguete das pressões atmosféricas.
Bjs

Eliana Mara Chiossi disse...

Pode não parecer, mas acho no mínimo indelicado, escrever e encontrar comentários que usam este espaço para uma bobagem... O fato é que isto é um blog aberto ao público. E os comentários são espaço aberto.
Então, que eu possa pelo menos dizer que não gosto!

Sara Fidiró disse...

Muito interessante este blogue e esta mensagem.

De uma grande profundidade.

Beijinho