sábado, 21 de fevereiro de 2009

Confessionário?

Este nunca foi um blog-diário. Sempre escrevi aqui em forma literária, e sempre segui uma regra, que já explicitei outras vezes: postava sempre uma espécie de escrita automática. Não uma escrita inspirada. Mas só escrevia quando a postagem aparecia, e tomava forma. Eu passava para o espaço de "nova postagem" praticamente sem edição. Muitas vezes perdi textos porque não escrevia antes, no word. Estes dias de Carnaval têm sido um desafio para mim e pela primeira vez vou usar o Mundo como diário. Talvez porque esteja bloqueada para escrever postagens novas, das postagens literárias.
Apesar de ter inúmeros motivos para estar alegre, estou meio tristinha. Hoje, especialmente. Em Salvador, onde moro, o Carnaval parece um transatlântico abóbora. Eu explico: é uma visão que eu não quero ter mas ela se impõe para mim. Nesta cidade, que é a pátria da festa e dos excessos, nestes dias, não me ajusto muito. Sou paulistana e gosto de samba. Mas não sei sambar, e estou precisando ficar recolhida. Mas talvez seja uma tendência minha não ser tão carnavalesca! A casa está cheia. Hoje levei toda a família (filhos, nora, neto, amiga e filhos da amiga) para uma praia que eu amo aqui em Salvador, chamada Pedra do Sal. Fiz uma tatuagem no braço esquerdo, com o nome do meu livro (Fábulas Delicadas) e isto foi um pouco tolo da minha parte porque não posso pegar sol, nem posso ficar imersa em água. E sinceramente, o mar me faria um bem imenso.
Mas deixei todos na praia e fui para o aeroporto. Para ficar protegida do sol e tentar avançar na revisão dos originais do livro, que preciso enviar para a Editora Escrituras no dia 02 de março. E lá, apesar do café e do ar-condicionado, o Carnaval estava presente. E estava ruidoso. Normalmente escrevo muito em aeroportos. O movimento de pessoas me atrai. Eu observo muito, anoto, olho obsessivamente para as coisas e as pessoas. Mas hoje meu coração estava pesado. E não consegui trabalhar nem um pouco. Está tudo bem, ao meu redor. Tenho muitos motivos para estar feliz. E não estou... Talvez não seja tristeza, talvez seja apenas o nervosismo que está me acompanhando desde que decidi publicar o livro.
Então, acho que vou usar meu blog literário para ser meu diário, nestes dias em que o Carnaval mostra com muita força o negativo de algo que parece tristeza.

3 comentários:

Roney Maurício disse...

... não me diga mais quem é você...

Calila das Mercês disse...

Olá... Nossa como gostei do seu blog... Tenha certeza que seguirei ele sim!!

Então vc gosta de samba e é paulistana? Que legal!! Gostei muito de vc, mesmo sem te conhecer.

Eu sou estudante de jornalismo, mesmo muito jovem, gosto de Chico, Dorival, Clara Nunes, entre outros.
Ficaria muito feliz em trocar idéias com vc...

Saudações e vá sempre no Cafezinho do Dia!!!

Muadiê Maria disse...

Eliana, sou de Salvador, adoro dançar e esse carnaval me oprime.Se pra você é um transatlântico abóbora, pra mim é um trator sem freios.