sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

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O lixo espalhado pelas ruas de todas as cidades possíveis. Ali onde uma caixa abrigou a dádiva. Descartáveis, objetos sem uso e sem destino. Cenas do filme radical: na tela imensa, a explosão surda, nenhum som acompanha o desfile das coisas, em seu escândalo de inutilidade. Restos de comida, restos de luxo, restos de abrigo, resíduos, folhas. Uma tecla, outro sapato, a fotografia em pedaços, o vestido manchado, o primeiro bilhete, óculos vagos, estatuetas indecifráveis. O lixo de todas as vidas. Tudo aquilo que deixou de brilhar e migra.

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