Nesta carta, que você não receberá, vou escrever uma lista dos meus medos. Darei detalhes dos meus temores noturnos e de algumas fobias. Vou contar histórias da minha infância, do tempo em que o escuro era uma ameaça e os dias de prova na escola me deixavam com dor de barriga. Vou compartilhar com você também algumas manias. Talvez você não saiba que preciso de um travesseiro pequeno, com aroma de macela, para dormir melhor. Acho que não te disse que não posso ver os sapatos virados para baixo. Coleciono superstições quase infantis. Me preocupa se um gato preto passa na mesma calçada em que estou. Sempre que passo de frente a uma igreja, faço o sinal da cruz. Tenho medo de tomar leite depois de comer manga. E fico triste quando ouço a "Ave, Maria". Nesta carta, vou explicar direitinho porque é que nunca mais nos veremos. Também vou confessar que não beijar você foi a melhor coisa que já fiz nos últimos vinte anos.
10 comentários:
Bem, discordo um bocadinho da parte final : beijo é sempre bom!
E por falar em beijos...
Beijos!
Putz, Elianinha!
Nem uma carta-selinho?
Bom texto...
O mundo tem mesmo inscrições sempre abertas.
Abraço,
Filó
Linda, linda, linda!
*ouvir a "Ave Maria" exatamente às 6 horas da tarde.
Beijos
Lindo o texto =D
Parabéns pelo blog
adorei sua visita no meu!
Espero q volte mais vezes
bjos!
Olhos brilhantes maré tardia
Cabelos rebeldes em desalinho
Pés descalços no, frio barro
Um berlinde atirado ao caminho
Um bando de alegres pardais
Ou um domador de tempestades
Apenas um pássaro charlatão
Dividindo o pão em metades
Vem navegar no mar breve dos olhos de uma criança
Boa semana
Mágico beijo
Muito lindo isso aqui.
Olá, Eliana
Obrigada pela sua visita ao Papo Calcinha. Quem é seu amigo que citou o blog?
Espero que apareça outras vezes por lá.
Uma excelente semana para você!
Ei Elianinha,
vencido pelo cansaço resolvi criar um blog.
Vai ter café lá, viu? Aguardo sua visita e de seus leitores muito especiais:
http://erreeme.blogspot.com/
Nesta carta, vou explicar direitinho porque é que nunca mais nos veremos. Também vou confessar que não beijar você foi a melhor coisa que já fiz nos últimos vinte anos.
Já escrevi dessas cartas. Mas nunca as enviei. Em parte por medo de que, na minha caligrafia trêmula, ele visse claramente uma resolução reticente, e em parte por não ter jamais um endereço para onde enviá-las - abençoados sejam os atos falhos.
Beijos, moça :)
Postar um comentário