domingo, 6 de julho de 2008

A viagem de Lídia - parte 3

Lídia anota o telefone do homem elegante. Paga a conta, apesar do seu protesto. Lídia sabe que o poder deste homem é pagar pequenas contas para mulheres que deseja impressionar. Ri, discretamente, ao sair dando dois beijos leves na face deste homem trêmulo. Sente o olhar deste homem, quando lhe dá as costas e segue, desfilando no caminho da livraria. Sabe que ele está perplexo, que nunca esperava ouvir as coisas que ela lhe disse. Lídia cercou o homem elegante com sedução explícita. Detalhou algumas promessas. Expressou abertamente o desejo e o projeto. Assim que voltasse, eles se encontrariam. No hotel escolhido por ela. Deu a ele todos os detalhes práticos. Antecipou fantasias e acertou pequenas providências. Hotel por conta dela. Passeios ele pagaria. E gastos com alimentação, sempre divididos. Perguntou a ele a cor preferida para roupa íntima. Perguntou se preferia que ela estivesse vestida com alguma vulgaridade. Apesar de visivelmente nervoso, respondeu que sim, sem exageros, que sim preferia calcinha tipo fio dental, que sim gostaria que fosse de renda, que sim, gostaria que fosse transparente, que sim, adoraria perfume afrodisíaco, que com certeza adoraria saltos altos. Lídia foi incisiva: nada de atrasos. Chegue no aeroporto antes do horário do meu vôo. Se houver morte na família, falte ao enterro ou desista. E não pense que vou embora, foi isso que Lídia disse, como ataque frontal a sua virilidade: Marcos, tudo que eu prometi fazer com você, incluindo a calcinha e os saltos, eu vou fazer com outro homem. E vou escolher no aeroporto, como escolhi você. E vou enviar fotos para seu celular. Lídia desfila enquanto relembra a conversa. Pode parecer que não, mas Lídia está começando a gostar deste jogo. Lídia já vislumbra a possibilidade de viver em aeroportos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Marcos, Marcos...
Acho que conheço um certo Marcos...
Ah não. Não é possível!

(rsssssssss)

Eliana Mara Chiossi disse...

RM,

tive um ataque de risos porque demorou pra cair a ficha mas só então lembrei que nosso amigo Marcos Rocha do Plano Geral se chama Marcos.
Devo trocar o nome do personagem? Ou manter a semelhança com o dono do nome?
Só quero ver o que ele vai dizer quando aparecer aqui.
Eu vou dizer para ele ler a nota de abertura do blog...
Qualquer semelhança, é mera convergência...

Ai, ai, ai, Marcos Rocha, cuidado com essa mulher...

Anônimo disse...

Maravilhosas! A Lídia, a história e vc, Eliana!
Uma sensação de que Lídia está se tornando livre para ser quem ela quiser, na hora que achar que deve.
Com leveza!

Marcos Rocha disse...

Olá, Eliana Mara:

Espicaçado pelo RM, seu maior fã e divulgador, aliás, merecidamente, vim ver qual a gozação que ele aprontou comigo -- ele sempre apronta alguma, é a especialidade dele, como escorpião do tipo venenoso.

Bem, chego, e para me situar melhor resolvi ler A Viagem de Lídia - Partes 1 e 2, o Moço Bonito e este post.

Devo dizer que me identifiquei com ambos os personagens. Gostaria de ter vivido uma aventura com uma Lídia decidida e dona do jogo, como essa, a ponto de perguntar qual roupa íntima seu parceiro gostaria de usar... Altamente excitante!

Quanto ao Marcos, que poderia ser eu, claro -- why not? --, por enquanto está muito passivo. Vamos ver se ele tem uma pegada forte como a do seu xará. Se tiver, ele vai se dar bem neste encontro... rs rs rs

Realmente, esta Viagem de Lígia tem tudo para se tornar um belo romance.

Abraços

MR
7/7 - 15:27