segunda-feira, 21 de julho de 2008

Ilha

Para Juan Ignacio, moço bonito, que me procura nos lugares onde não estou
Quando chegares, cansado de tantas perguntas, quero que aceites meu colo. Te darei pouso para tuas angústias. Quero prender em minhas pernas os teus medos. Hei de abraçar e calar a ferida das tuas perdas. Confia naquilo que é dito pelo teu corpo. Esquece, afinal, as palavras que te foram ensinadas pelos padres, pelos juízes e pelos supostos mestres. Ouve teu corpo e segue a direção do meu olhar. Deixa que se calem os discursos feitos para a distração da vida. A vida está aqui, nesse espaço onde as falas das crianças que fomos ditam as ordens. As crianças que fomos, nos momentos em que esqueciam das durezas do mundo e se entregavam ao brinquedo. O brinquedo que nos salva hoje é nosso corpo. Corpo é o nome da pátria do nosso nomadismo. Corpo é o nome do terreno sobre o qual se planta o gozo. Corpo é o nome da casa, na qual se edifica a volúpia. Corpo é o estado de graça, que nos guarda. Corpo é o templo da nossa alegria.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Corpo é o nome da pátria do nosso nomadismo. Corpo é o nome do terreno sobre o qual se planta o gozo. Corpo é o nome da casa, na qual se edifica a volúpia. Corpo é o estado de graça, que nos guarda. Corpo é o templo da nossa alegria."

Adoreiii!