segunda-feira, 21 de julho de 2008

Flor distraída

Para Amèlie, bom dia


Ela usa o girassol como o chapéu das segundas. Ajeita a varanda e toma chá com biscoitos finos. Brinca com a água de mil riachinhos. De soslaio, vê os meninos desajeitados que a cercam. Ansiosos, febris, espantados. Os meninos que desejam decifrar sua linguagem de contorcionista. Ela usa brincos prateados. Ela escolhe os vestidos que trazem mapas de beleza. Tem flechas encantadas e as dispara em horas imprevistas. Os fios dos cabelos são dourados. As idéias da menina bonita voam numa dança permanente. É minha irmã, mas se esquece. Os mundos da menina dourada são produzidos nos sonhos. Chega defronte ao mar e diz todas as suas tristezas. Olha para o horizonte e sabe que sua pátria é bem perto do infinito. Chega perto de mim, mas desaparece com regularidade espantosa. A menina dos cabelos de fogo adormece moça e acorda febre.

3 comentários:

Vee disse...

Sabe aquela sensação de festa instalada no corpo?
Pois é!
É!

Volto ainda hoje.
Beijo especial, de olhos apertados!

Anônimo disse...

Sua pátria é perto do infinito... o que é seu beira o eterno.

bjos

Anônimo disse...

Eliana,

Leve mesmo as flores, as intenções e inquietações que só uma véspera é capaz de plantar.

A reverberação, se puder, deixe por lá ... ;-)

Beijos, delicados iguais e em agradecimento pelo bem que você faz à moça dos olhos apertados.