segunda-feira, 9 de junho de 2008
Graciosa
A noite chegou e parece que em tudo o dia de hoje foi um desperdício. Dia desses que se deseja o fim, com urgência. Quero escrever coisas bonitas. Jogo uma vasilha e ouço um baque metálico. A base do poço está seca. Desaparecimento das águas. Em tudo que escrevo, banalidades e imitações. Quero escrever umas frases de efeito. Frases circulares. Frases de fogos de artifício. E apenas listo pensamentos comuns e sem graça. Quero te seduzir com metáforas insólitas. E só consigo combinar a cor vermelha e uma paixão que sobra. Quero ficar quieta, sem textos me cercando, sem pedaços de poemas rondando minha cama. E volto a escrever a repetição. Pão requentado. Café cansado. Camisola que esqueceram de passar. Quero desligar a luz. E da janela do meu quarto recebo a gritaria da cidade.
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Um comentário:
Bad day?
Esse seu amigo, atrevido e grosseiro (que se desculpa), deseja dias melhores. Todos!
Aparecimento de águas, café novo e cheiroso, camisola nova. Os textos não. Estes, mesmo quando a autora parece não desejar, continuam brotando de uma fonte sem fim.
And here comes the sun.
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