terça-feira, 8 de abril de 2008

Trinta anos depois e os afetos

Ao meu professor de estrelas, pela felicidade paulistana deste reencontro


Eu quero ver o céu ao teu lado. De mãos dadas, quero o nosso acordo, silencioso e permanente de verdade e de leveza. Quero tuas lições sobre os astros. A vida fez um círculo e programou outro encontro, e nosso, outra vez, o tempo. Quando eu era menina, e cantava, já gostava do teu sorriso à minha volta. Vento dos oráculos me trouxe teu abraço. Estradas que entregam a surpresa e teu retorno. Deixo a sala onde projetam o filme desperdiçado em paisagens inóspitas. Quero agora o calor benfazejo do encontro. Quero, neste momento, o direito ao dia cheio. E as dádivas daqueles que, como eu, sabem que nada se perde na entrega. Os avaros do mundo, os que emudecem e partem, sem aviso, estes fizeram a escolha da solidão perpétua. E nada existe de real que dure para sempre. O encontro tem força e disso se alimenta a sua possível permanência.

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