terça-feira, 29 de abril de 2008

Risco

Olho para a mesa e seus objetos. A vertigem me visita. Instala-se. Refestela-se. Sem mim, não existe a percepção da horizontalidade e da substância. Sem mim, tua ausência é menos existente que uma folha rasteira e insignificante. Sem a memória, meu registro, a folha qualquer não tem a mínima chance. Fora de mim tudo é inexistência. O meu olho sobre a mesa inaugura a inscrição da coisa que a mesa é. Se o mundo move-se ao meu dispor, fica sem explicação o excesso de presença deste teu silêncio disciplinado. Olho o mundo e faço o mundo existir. Olho a estrada vazia, sem marca dos teus passos. A vertigem me visita. Instala-se. Reside em todas as direções.

6 comentários:

Anônimo disse...

Schopenhauer...

Flor, Sua Importância é o sentido. E não é risco, vale alem...

Saudades de vc. Tudo bem?
Bom feriado
Beeijos

Anônimo disse...

Cadê vc? Saudade

Junkie Careta disse...

Essa foi a coisa mais Caio Abreu que já vi você fazer.

"Só não saberás nunca que neste exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva."
[Natureza Viva,Morangos Mofados]

Grande abraço

Eliana Mara Chiossi disse...

Junkie,

Caio está nas minhas angústias e influências, mas fica escondido, me enganando...
E foi bom você ter me despertado para esta presença dele. Autores que aparecem no que eu escrevo são presenças de glória... Coisa que esquenta o coração, mesmo.

Beijos

Eliana Mara Chiossi disse...

Celine, querida,

companheira sempre.
Coisas de instituições atravessando meu caminho.
Mas a escrita veloz, devorando mesmo, me dá uma pressa...
Beijos

Anônimo disse...

Gostei bastante deste blog!

A SEIVA