segunda-feira, 3 de março de 2008

Paleta

A guerra faz barulho. Minha cabeça dói, e o mês nem começou. Vem o dia, enfileirado, ruminante. E nada mais me agrada. Tenho janela e chuva no cenário. A dor não me dispersa. Viver parece assim como mastigar a mesma comida sem engolir. Que novidades residem sob as pequenas folhagens. Deixei uma flor órfã, ao abandono do sol. Na ausência da mãe, o sol põe olhos lascivos na pequena e exuberante coisa amarela. O sol, em seus abusos cáusticos, se aproveita e distribui lambidas quentes. Mata a flor que coleciono, vaidosa, no meu caderno novo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois eu ganhei o dia, com a dedicatória.

Eliana Mara Chiossi disse...

E você me presenteia, sempre.

Beijos, e vamos ao clube das esquinas!