domingo, 9 de março de 2008
Invertida
Comecemos pelo final. Estamos sentados num café. Olhando para linhas divergentes. Do meu ponto de visão, há um jovem falando ao celular. Parece, pelo reflexo em seus óculos, que você vê o caminhão da prefeitura podando aquela árvore centenária. Este é nosso último encontro e não sabemos o que fazer com o silêncio. Amanhã, vou reservar nosso lugar no restaurante indicado pelo meu chefe. E na semana que vem, você vai me levar para dançar. No ano seguinte, farei uma festa surpresa e você vai chorar muito, ao rever amigos da escola. Meses depois, estaremos apaixonados e antes disso tudo, seremos amigos de infância. O final dessa história nova é a primeira vez que consegui subir na árvore grande e você me deu a maior jabuticaba do pé. Antes de fechar as cortinas, no teatro desse amor inventado, na cidadezinha em que cresceremos, minha mãe pariu uma menina e alguém brincando disse que seria esta a sua primeira namorada.
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2 comentários:
Que delícia de texto, a estrutura, tudo. Parabéns, moça!
Magnífico. Muito inteligente!
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