segunda-feira, 3 de março de 2008

Asas

Uma aparição. Dia de neve disperso no inverno sem novidades. Ou era apenas a música incidental dentro do alto falante do supermercado. Foi só de raspão. O último pedaço de carne no prato e um cão rápido que vai logo para embaixo da mesa. Foi, quem, sabe, pingos de água antes de fecharem todas as torneiras. Fiasco. Sopro. Susto. Soluço. Lapso. Sorvete esquecido no fundo do carro e o verão agindo lá fora. Carreirinha de pontos do tricô e o cachecol perdido. Choque. Grito. Engasgo. Tudo curto, tudo compondo só o tempo de um começo. Onde encontro a repetição. Eu quero o bis. Grito bravo para te convencer. Levanto. Aplaudo de pé. Vem, recomeça. Volta, árco-iris. Vem até mim, novamente. Disfarçado de insight, acesso, convulsão, morte súbita, parto prematuro, estilhaço, câncer no fígado, orgasmo, milagre. Repete, meu amor, repete.

3 comentários:

A que está escrita. disse...

Gostei muito dos seus textos, do seu espaço...estou linkando na no meu "Colar"!
Beijos vários!

Anônimo disse...

Eliana,

Sabe que por vezes ouço vozes com apelos assim como o que escreveu?... "Repete, amor, repete". Ela quer bis!

E eu dou:

Beijo, beijo.

Eliana Mara Chiossi disse...

Paloma, linda,

então, pega tuas asas e volta sempre.
Também eu vou à tua casa.

Rebeijos, vários!


Almost, repete então sua visita.
Peço seu email para Amélie e te escrevo uma carta?

beijo, beijo,