Vamos passear no parque, meu amor. Colher morangos silvestres, na abundância de verduras e cores quentes. Nossos livros e aquela colcha, feita dos retalhos que antes compunham peles de outros móveis. Brindaremos na tintura vermelha e quente, por todos os dias que teremos. Deixemos os centros de compras, os extratos bancários, as guerras e o medo vivido a sós. Vamos embalar nossos medos neste papel de seda, junto ao degradê feliz dessas maçãs. Ao dormir, no meio da tarde, nossos cães estarão vigilantes e nada de mau nos acontecerá. Já temos a companhia da morte. Consagraremos, junto com ela, nossa vida, nosso amor e nossos instantes.
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