sábado, 5 de março de 2011

Dentro deste sábado

É domingo
dentro deste sábado
e o inverno é uma estação distante.



É domingo
dentro deste sábado
e preciso de mais bebidas
que me entreguem alguma ressaca.

Lá fora, um  mar
marés de março
e ondas nervosas,
meu navio ancorado
gruda os olhos em mim
toca a sirene e me convida a deixar o passado.

É domingo, antes que o sábado termine,
o calor estoura dentro dos meus miolos
quero coragem para tirar esta pele
e vou agarrada à minha fome
deixar para trás meus dias de formiga.


Há poesia suficiente em mim
para que eu suporte
as acusações
do tribunal
que não tolera a felicidade das cigarras.

11 comentários:

Carlos Barbosa disse...

Bacana, gostei. Abr. (carlos barbosa)

ítalo puccini disse...

domingo dentro deste sábado achei maravilhoso!

Anônimo disse...

Lindo poema sobre partir para outra. E que visual estradeiro! Adorei!

LÍVIA NATÁLIA disse...

Já com saudades de você. Não deixe de nos alimentar neste espaço tão bonito. Não nos mate de fome!

Vá, mas deeixe algo aqui.
Um beijo afetuoso!

..Arquivos..impertinentes disse...

Fantástico, querida! Este seu espaço que é tanto dentro quanto fora, um coletivo com certidão de íntimo! Amei!
Bjinhos

Saulo Moreira disse...

Sensacional. Tem algo de `eu memostro de la p vc - guarde um sonho bom p mim`. bjo nos cilios.

dansesurlamerde disse...

o ruim é que, algumas vezes, as cigarras cantam é pra disfarçar a tristeza.

bonito texto.

beijo.

dansesurlamerde disse...

o problema é que, algumas vezes, as cigarras cantam é pra disfarçar a tristeza.

bonito texto.

beijo.

cg disse...

Oi,lindaLí! que o sol inspire a orquestra, mesmo quando o inverno chegar e as cigarras se encantarem na gestação das composições. Ouví. cg

Nilson disse...

Há MUITA poesia em você! Belo poema,belo visual!

telma do valle disse...

eu fiquei encatada com o poder dessa poesia de penetrar na alma na Ânsia de pressa de vida, de luta, pra esquecimento do eu passado para o eu agora