Ainda que eu me mova,
Me despeça,
Tranque a sala e esqueça
as luzes acesas.
Ainda que eu tenha a última palavra,
decepcione,
saia da sala deixando
você falar sozinha.
Ainda que eu prenda a respiração,
na entrada do túnel,
faça um pedido
e comece a acreditar em Deus.
Ainda que o vento levante minha saia,
no meio da rua,
caia chuva
e meu penteado se desfaça.
Ainda que eu pague as contas,
reclamando do meu salário,
peça demissão
e mude de cidade.
E mesmo que eu arrote,
surpreenda, grite, desista, suspire, engasgue,
provoque, humilhe, espezinhe, celebre,
esqueça, acumule, finja, adore,
caia de joelhos
e levante as mãos para o céu.
Nenhum arco-íris é meu.
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