O galo rouco
quase bêbado
canta completamente
fora de hora.
O galo louco,
fora de hora,
canta,
completamente rouco.
Fora do fuso
o galo canta
antes do almoço
na hora exata
em que eu acordo
talvez ainda bêbada e rouca,
feliz por não ter memória.
O galo e eu,
irmanados
na lentidão e no atraso,
perdemos a elegância
de cumprimentar a aurora.
4 comentários:
A aurora não quer cumprimentos; quer bocejos.
...eu acho q é culpa da camada de ozônio rsrs.
belo final, seus poemas e ou, sempre trazem a beleza do inesperado.
bjs
ns
a-do-rei!
Li, adorei. E o jogo de palavras no poema, me fez lembrar Construção de Chico Buarque. Beijo.
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