terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Pontilhado 1
Deitado, de bruços, sentiu na boca o travo milimetrado de areia pura. A areia, toda, pelo corpo. Nem as mãos livres para liberar os olhos. Areia. Areia. Areia. Areia. E os movimentos da água traziam ainda mais areia. Na boca, pelo corpo todo, pela pele, quase areia nas vísceras. Nenhuma chance de existir sem areia ao redor. E o sol, radiante, espalhado. A água seria um consolo, um descanso no tráfico granulado. Mas toda cúmplice, ladra de qualquer sossego, a água era feita também de areia, entre a dissolução e a substância pedra. A vida era então, o verbete único e isolado: deserto.
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2 comentários:
Escorpião.
(De secura também se vive)...
hum........
é água tem areia!
mas, é água!
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