quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Trens

Para Ludmila, que me entregou uma chave ontem:


O amor da minha primeira vida não vai me levar para a Europa. Não vamos aparecer nas fotografias em Viena ou Veneza. Não vamos trilhar as ruas estreitas de Évora. E o café em Paris está para sempre adiado. Ele, o homem, tem braços que não me alcançam. Uma fala estranha, como se estivesse bêbado. Ele, o homem, pensa sobre o próprio umbigo e trabalha com afinco. Não iremos para Fernando de Noronha, ver peixinhos na lagoa. Não sei quantas vidas existem. Sei que o amor é bom também para viver sozinha. O amor, na minha vida, me levará para qualquer lugar. E estarei sempre bem acompanhada. Não o homem. Só o amor viaja comigo.

4 comentários:

Noslen ed azuos disse...

...ele também não larga do meu pé, pra onde quer que eu vá ele sempre em mim, xingo, jogo pedra, mando ele voltar mas é só eu me distrair e lá vem ele ‘dinovo’ me fazer chorar, rir, chorar de rir, emudecer, parar, morrer... e quando eu morrer de verdade só ele será, ‘o amor'.

bjs
ns

Eliana Mara Chiossi disse...

Ns,


então, eu aceitei. Que o amor também está no meu pé.
Não é preciso agora que haja um objeto, uma pessoa, uma expectativa, uma relação, uma história.
Agora é meu tempo de ficar quietinha e olhar o jeito descarado que o amor tem de morar me mim e acordar comigo, todos os dias!

Beijinhos!

Eliana Mara Chiossi disse...

"morar em mim"

Pierre C. Cortes disse...

Lindo.
Pra variar.