terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Arquipélago

Uma mulher que fica triste, de repente. Como a tarde, devastada pela chuva e ventos imprevisíveis. A tarde, assim, perplexa e de olhos marejados. O coração da tarde doendo, a tarde querendo fugir de si mesma é uma mulher triste invadida pelas águas da chuva, pela ação das chuvas sobre sua casa e seus pertences. Olhos da mulher triste sobre a casa da tarde, alagada e fria. Este rio destemperado e provisório, enchente e charco, vida parada no ponto da dor e da descrença.

2 comentários:

Pierre C. Cortes disse...

A forma como você descreve é muito forte e nos transporta para a mulher triste, sem vida, estática diante do mundo.
Lindo e triste.
Beijos.

Eliana Mara Chiossi disse...

Pierre, deixa eu te dizer, publicamente, que adoro tua presença por aqui. E sabendo da tua sensibilidade, da tua leitura tão fina, fico ainda mais feliz quando você gosta.
Lá no teu blog, aprendo mais sobre cinema e sobre modos de compartilhar a beleza dos filmes.
Beijos!