segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Mar aberto

Eleitos no mesmo naufrágio. Madeira perdendo a resistência, no choque regular de insistência da água. A monotonia dos golpes líquidos. A ilusória fraqueza do efeito de azul, de um mar sem pressa alguma. Nosso futuro de afogados. Nosso dia seguinte de baixas temperaturas. O próximo instante, nossos desaparecimentos. Os impropérios retirando-se, cabisbaixos. A fúria do desejo reduzida a um susto intercalado com medos. Eleitos no mesmo final. Mãos de agredir agindo agora como passos de répteis improvisados. Tudo em nós rastejando e pedindo misericórdia. Nosso amor errado. Único farol para nos guiar até a noite sem tamanho. Efeitos do mesmo livro: a morte fria de um amor em brasas e as maravilhas do mundo, todas, desprezadas.

Um comentário:

Anônimo disse...

LIndo!Lindo!Lindo!