segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Madeiras, cordas e sopros


Nem tristeza nem alegria. Apenas a reunião anunciada de nossas diferenças. O risco era conhecido, desde o início. A sensação vertiginosa de perder o controle. Seu riso falso, minhas pernas agitadas sob a mesa. Nossa desordem em conjunto: mãos frias, sílabas gaguejadas, objetos derrubados, olhos baixos, riso nervoso e a voz descontrolada. Havia o auxílio arisco do vinho encorpado. Nenhum futuro após aquela noite desperdiçada. Nem dor nem êxtase. Esquecimento. A escolha sendo feita, como quem entrega o barco à deriva do vento e das águas inconstantes. Talvez isso: nosso amor, esse barco. E o dia de amanhã, essa música.

6 comentários:

Vee disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vee disse...

Saudade de você. As coisas já estão sob controle por aqui.
Vir até aqui não é tratar isso como uma mera exceção.

Sobre o post?

Você é doutora em traduzir gestos e sentires. Eu sei que isso é lugar comum, mas faço questão de re-dizer!


Beijo!

Eliana Mara Chiossi disse...

Amèlique:

sincrônicas, nós duas.
Eu, nos cômodos do teu recinto, sentindo saudade de um bilhete seu no Mundo.
E você aqui, presente.
Ah, nossa rota dos afetos...


Beijos no coração...

Anônimo disse...

Txii...

Foi assim tão mau?!!

Jesus!

Eliana Mara Chiossi disse...

Dessa noite, ficcional, talvez desperdício e desencontro digam quase tudo.
Mas houve uma noite em especial que nem Jesus me ajudaria a entender ser foi real ou inventada.

Gustavo Martins disse...

Sensacional, Eliana Mara. Seu lirismo é tocante. E suas gotas de nonsense... Vamos decorar.

Sempre que quiser apareça na nossa casinha vagabunda. Não é limpinha mas as portas estão sempre abertas