quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Carta selada

Gosto desta carta que não escrevi. E muito porque há nela declarações quase incofessáveis. É certo que você não receberá esta carta mas há, em todas as minhas palavras, a exposição clara, quase transparente, dos sentimentos desencontrados, dos sobressaltos, das noites que perdi pensando em você e nos seus mistérios. Quem será o destinatário desta carta não escrita. Qual parte de você estará impedida de ler o que penso em escrever e não trago para o papel que já se impacienta. Gosto das cartas que não foram abertas. Naquilo que elas explicam desse amor que não se realiza. Gosto desta carta que não vou escrever. Me agrada saber que você não sabe. É uma sensação mágica saber que existe esta carta onde escrevo as coisas que nunca serão ditas. E que por isso existem com tamanha intensidade. Sem que você possa sequer tocar a primeira pele dos meus pensamentos contidos nesta carta que não escreverei.

3 comentários:

Taynar disse...

Eu tenho cartas escritas e nunca lidas.
Nelas, há todo um sentimento que pode até não exister mais hoje, mas elas servem pra me lembrar que eu sinto, sofro e choro por amor também.

Eliana, é tão bom saber que não sou só eu que queria ser mais baunilha, às vezes.
Beijos

anjobaldio disse...

Quem disse que desapareci?

Gabi Chiossi disse...

Eu tenho uma pasta gigante que demora 7 minutos para abrir de cartas que escrevi e nunca mais li e nem enviei!
Mas me fez um bem escrevê-las...
"And that, my friend, is closure"

Beijos e queijos