quinta-feira, 19 de junho de 2008

Sem perdão

Cuidar de uma criança com tal dedicação como se cuidássemos de outra, e esta outra, símbolo de todas, pertencesse a nós e ao mundo. Tratar bem a um ser pequeno, completamente vulnerável, morando dentro de uma solidão absurda. Imaginar, que a essa hora, uma quantidade quase infinita, ao incluir as que estão por nascer, de crianças desprotegidas estão espalhadas pelo mundo. Ameaçadas pelas tempestades e terremotos, que também ameaçam os pais. Ameaçadas pelos tiroteios, que também ameaçam seus vizinhos. Ameaçadas pela política econômica que também ameaça as águas do planeta. Colocar na nossa mão o pássaro mínimo que é uma criança, cuidar primeiro do corpo frágil de uma criança e depois cuidar do corpo frágil do seu coração. Para o bem das crianças, amar cada criança deve ser como amar a si mesmo. E se a lição do amor por si mesmo estiver mal feita, lançar a proposta urgente de uma alfabetização pela auto-estima. Cuidar de uma criança dando as mãos e toda nossa memória à criança que fomos, quando assustados pelos gritos, açoitados pelo frio, acuados pelo olhar estranho de um adulto mal amado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Vc foi exatamente onde está doendo.
Beijos.
Te mandei o email.

Maria Elisabeth disse...

“E se a lição do amor por si mesmo estiver mal feita, lançar a proposta urgente de uma alfabetização pela auto-estima.”

aai...fui no poço profundo da gruta profunda desses pássaros mínimos de corpo frágil e acuados pelo olhar estranho de um adulto mal amado.
E que a auto-estima os (nos) torne canônicos!

Bjs Beth

Maria Elisabeth disse...

o relógio do blog tá doido...postei o comentário acima bem antes de 1 da matina...à(s) 1:10 (como diz aí) eu estava no meu décimo milionésimo sono.